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Não ensine passos no salão: Respeito e Ética na Dança Social

A dança, em sua essência, é uma expressão artística que vai além dos movimentos físicos. Ela envolve conexão, harmonia e, acima de tudo, respeito pelo espaço e pelo parceiro. No mundo do forró, uma das principais diretrizes éticas é a de não ensinar passos no salão, uma prática que pode, muitas vezes, ser mal interpretada e prejudicar a experiência de todos os envolvidos na pista de dança.


A Busca pelo Divertimento e Aprendizado Adequado


O forró, sendo uma dança social, destaca-se pela descontração e diversão que proporciona. A melhor maneira de aproveitar essa experiência é praticar o que foi aprendido nas aulas de dança. Se o objetivo é aprender a dançar, a sugestão é buscar instruções de um casal de professores especializados (Prof. Robsom Marques e Luana Mickye). Para aqueles que têm o desejo de ensinar, é interessante procurar uma escola de dança (Escola de Dança de Salão Robsom Marques), onde é possível receber treinamento adequado e, assim, capacitar-se para se tornar um professor competente. Outra opção válida é reunir um grupo de amigos em um ambiente alternativo e compartilhar os conhecimentos adquiridos, mas sempre com respeito ao espaço e às experiências individuais de cada participante.


Não ensine passos no salão de dança
Não ensine passos no salão

O conceito de não ensinar passos no salão baseia-se na compreensão de que a pista de dança durante um baile é um espaço para a expressão individual e coletiva, onde as pessoas estão lá para se divertir e desfrutar da música e da companhia umas das outras. Interromper esse fluxo natural com a intenção de ensinar algo pode criar desconforto e interferir na experiência dos demais dançarinos.

Para ilustrar melhor essa ideia, podemos recorrer a uma metáfora. Imagine-se dirigindo em uma avenida movimentada durante o horário do pico. Ao seu lado, um amigo que está pegando carona percebe que os cadarços de seus sapatos estão desamarrados. Você, querendo ajudar, decida ensiná-lo a amarrá-los enquanto continua dirigindo.

Essa situação, por si só, parece absurda e perigosa. Assim como é difícil ensinar a amarrar os cadarços enquanto se dirige, também é necessário ensinar passos de dança no meio de uma pista movimentada. A interrupção do fluxo natural pode causar desconforto não apenas aos envolvidos, mas também aos demais participantes do evento.


Respeitando o Espaço e a Experiência Alheia:


Uma dança, assim como o trânsito, requer uma sincronia e respeito pelo espaço alheio. Parar para ensinar um passo no salão é complicado a parar o trânsito para amarrar os cadarços do sapato de um amigo. Ambas as situações geram desconforto, interrupção e, muitas vezes, até certo constrangimento.

A dança, especialmente o forró, é uma forma de expressão social. O salão de dança é um espaço compartilhado onde as pessoas buscam conexão, diversão e liberdade de movimento. Interromper essa dinâmica para ensinar um passo pode transmitir uma mensagem inadvertida de superioridade, onde o instrutor se coloca como detentor do conhecimento. A pessoa ensinada é percebida como alguém que precisa de ajuda. Essa dinâmica pode criar um desequilíbrio na experiência de dança, já que a sutileza e a espontaneidade muitas vezes são elevadas pela pressão de aprender algo de maneira rápida e improvisada.

Além disso, ensinar passos no salão pode resultar em uma quebra da harmonia da pista de dança. Os demais dançarinos podem se sentir desconfortáveis ​​ao desviar ou ajustar seus movimentos para acomodar a "aula improvisada", impactando qualidades a experiência coletiva.


O Elemento da Superioridade e a Importância do Respeito


A metáfora do trânsito destaca ainda a questão da superioridade implícita na atitude de ensinar passos no salão. A mensagem subliminar que pode ser transmitida é a de que o instrutor é alguém que está acima, detentor do conhecimento, enquanto a pessoa ensinada está abaixo, em busca de aprendizado. Isso pode criar uma atmosfera ocasional de competição e desempenho na pista de dança.

É crucial lembrar que a dança é uma forma de expressão e comunicação, e cada pessoa na pista de dança traz suas próprias experiências, habilidades e ritmo. Ao interromper a dança para ensinar, corre-se o risco de desconsiderar essas nuances individuais, impondo uma abordagem única que pode não se adequar a todos.

O forró, como dança social, é alimentado pela interação e pela troca entre os dançarinos. A experiência na experiência compartilhada é essencial para que todos possam desfrutar plenamente do momento. Portanto, parar para ensinar passos no salão não apenas quebra essa compreensão, mas também pode ser interpretado como uma falta de consideração pelo espaço e tempo dos outros.



Não ensine passos no salão de dança
Não ensine passos no salão

A Importância da Compreensão Mútua:


Para evitar tais situações desconfortáveis, é crucial que os dançarinos desenvolvam uma compreensão profunda e respeitem as escolhas individuais de cada um na pista de dança. Se houver o desejo de compartilhar conhecimento, é melhor fazê-lo em ambientes seguros, como aulas de dança ou eventos organizados para esse propósito específico.

Lembre-se de que a dança é uma jornada contínua de aprendizado e crescimento. Ao respeito do espaço e às escolhas dos outros dançarinos, contribuímos para a construção de uma comunidade de dança mais harmoniosa, inclusiva e prazerosa para todos.

Em resumo, ensinar passos no salão durante um baile pode parecer uma atitude bem-intencionada, mas, na prática, pode resultar em incidentes desnecessários, incômodos para os demais dançarinos e uma quebra da atmosfera coletiva. É fundamental manter o respeito pelo espaço e pela experiência alheia, acompanhando que a dança é uma forma de expressão individual e coletiva, onde todos têm seu próprio ritmo e estilo.


A Ética da Dança e o Respeito ao Próximo:


Na última análise, a ética da dança reside no respeito ao próximo, na consideração pelo espaço compartilhado e na valorização da diversidade de estilos individuais. Evitar ensinar passos no salão durante um baile não significa desencorajar o compartilhamento de conhecimento, mas sim escolher os momentos seguros para fazê-lo, preservando a essência da dança como uma expressão coletiva de alegria e conexão.


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